sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Mariposas

Onde estão as mariposas que dançavam valsa na minha rua?
Lembro-me que essas danças eram constantes.
Em seus passos itinerantes,
Vendo-as Eu embriagava meus sonhos.
Os meus sonhos? Nem sei mais.
Quiçá pudera encontrá-los, talvez junto às mariposas,
Mas elas não estão mais na rua.
Que hoje é fria e nua.
Elas fugiram de mim.

Autor – Geógrafo da Alma

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Lição

Quando ainda somos imaturos
O nosso amor tem jeito de: Indissolúvel
É nos parecer inviável,
Viver sem ter o que amamos.

Quando amadurecemos,
Nossa percepção sobre o amor muda,
Consideravelmente.
E então passamos a não mais cogitar a inércia
Pela eventual perda de algo que amamos.

Tudo isso por que simplesmente:
Aprendemos a amar tudo que temos.

Geógrafo da Alma.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

"Afair" Temporário

Seus olhos às vezes me cativam,
Mas sua inflexibilidade me reporta ao meu mundo.
Então percebo que entre nós...
Apenas temporalidade,
Quiçá um “afair” de pele,
De instinto puro,
De imaturidade.

Geógrafo da Alma.

Uma questão anatomia

Dois olhos, duas orelhas,
Duas mãos, duas pernas,
Uma boca.
Sinal claro e anatômico,
De que devemos escutar mais,
Agir mais,
Falar menos.
Afinal se a verdade estiver contigo,
O tempo se encarregará de solidificar o seus conceitos.
Muitas vezes em nossa ânsia humana de colaborar,
Desrespeitamos o “TIME” do nosso próximo,
Ou simplesmente jogamos “ pérolas aos porcos”.

Geógrafo da Alma

Percepção

Quando percebi que havia falado demais,
Pronto...
Já tinha perdido a oportunidade de me calar.

Geógrafo da Alma.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Crônica para o jornal "A Folha" edição nº 229

Nesse início de outubro os meus amigos Juarez Virti e o seu genro Daniel, estavam em estado de puro sorriso. O motivo é que os dois conseguiram vencer a tradicional dupla Preta & Daniel I no tradicional embate de canastra que ocorre na Sede Social do River Plate, até pareciam crianças aguardando com a felicidade no rosto a chegada do dia 12 de outubro.
E por falar em crianças...



Mês de outubro, mês onde comemoramos o dia das crianças. No âmbito comercial, a mídia não nos deixa esquecer, tamanhos os apelos vinculados em suas programações incentivando o consumo. Gostaria de salientar que não sou contra a indústria e o comércio que nessas datas sempre acaba aumentando a sua produção e consequentemente gerando empregos e divisas. O que me consterna é a distorção de valores inseridos em um contexto onde o “ter” é amplamente difundido de maneira paradoxal as necessidades eminentes de nossas crianças.
É ponto passivo que criança gosta de brincar, “mas nem só de brincar viverá a criança”.
No meu entender, criança necessita de educação, saúde, segurança, bons referenciais, vestuário, tempo ao lado de seus pais ou responsáveis, perspectivas de um mundo melhor e outras necessidades de acordo com o seu próprio contexto.
O que infelizmente tenho presenciado em nossa sociedade brasileira, é uma negligenciação dessas necessidades, principalmente por parte de nossos governantes.
A educação pública, por exemplo, que faz parte do universo da maioria das crianças brasileiras, trabalha com déficit de profissionais, precariedade de verbas e total falta de segurança dentro do seu perímetro. Não faltarão aqueles que irão contrapor, o que é saudável dentro de qualquer análise, dizendo que o governo federal, estadual ou municipal tem feito muito, mas o que me refiro é que esse muito ainda é pouco e aquém das condições de divisão do bolo. Afinal se contas com a carga tributária desumana que nos é aplicada, no mínimo daria para tentar melhorar alguns índices, isso que nem me apegarei a outros fatores que indicam que o nosso País não está “tão quebrado assim”.
Não pretendo analisar o mérito de outras necessidades citadas anteriormente no início dessa reflexão, mas que as nossas crianças estão literalmente “pagando o pato” da má gestão pública é notório.
Nesse dia 12 de outubro gostaria de fazer duas coisas: Exercitar o meu lado criança e fazer um pedido especial aos nossos governantes para serem mais dignos e altruístas legislando menos em causa própria e mais para o coletivo. E para os leitores dessa humilde reflexão para que assim como as crianças mantenham a esperança e se mobilizem para que o dia das crianças possa quiçá ser comemorado por todas as crianças de nossa nação e não apenas aquelas que conseguiram fugir das imensas dificuldades que excluem o sorriso, a dignidade ou simplesmente o direito de sonhar.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Inspirando-me em minha própia caçada

Ao escutar o magistral 14 Bis
Cantando angelicalmente
“Caçador de Mim”.
Resolvi atuar como um grande caçador,
Caçando meu egoísmo, minha intolerância,
Minha falta de fé de que os homens podem mudar.
Desenvolvi uma caçada implacável aos meus preconceitos,
As minhas neuroses e a falta de coragem para sorrir e refletir diante das adversidades.
Após caçar esses sentimentos,
Aprisionei-os em uma cela,
Com a esperança de não soltá-los tão cedo,
Pois sou humano e sujeito a falhas e infelizmente ainda não tenho como exterminar esses sentimentos por completo.
Quiçá um dia, na floresta do meu ser habite apenas o amor.

Geógrafo da Alma.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Nuances do verbo “ceder”

Eu cederei
Se tu cederes
Tu não cedes
Por que Eu não cedo
Nós cederemos, se Eles cederem
Eles não cedem por que Nós não cedemos
Enfim ninguém cede,
Mas todos perdem.

Geógrafo da Alma.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Palavras Amargas

De repente elas estão ali:
Ocultas, imperceptíveis,
Esperando o momento oportuno para manifestarem-se
De maneira branda para Nós,
Dura para quem as recebe.

Elas metamorfoseiam-se em ironias,
Sorrisos sarcásticos, discursos eloqüentes,
Silêncios não de respeito,
Mas sim de quem não quer compartilhar a idéia real.

E quando saem de nossas bocas,
Carregando o fel de nossas próprias fraquezas.
Machucam os que nos cercam de amor e carinho,
Pois palavras amargas, não soam despercebidas.
Principalmente para a nossa consciência.

Geógrafo da Alma.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Conjunção ou pronome,mas acima de tudo divagação

Será que o gosto do beijo que não te dei,
Uniria além de nossos lábios a nossa vida?
Será que as palavras não pronunciadas,
Transformar-se-iam na retórica necessária,
Para balizar nossos sentimentos?

E aquela entrevista, para qual me atrasei,
Seria ela a provedora do meu sustento?
E o que seria, do nosso contexto,
Se não existisse a conjunção/pronome “SE”?

Talvez o mundo ficasse um pouco sem graça
Pois um pouco de divagação pode até atrapalhar,
Mas não mata.

Geógrafo da Alma.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Dicotomia

Entre o certo e o errado,
Entre o correto e o meu desejo
Prefiro perder seus beijos,
Para não me perder de mim.

Se me perder,
Jogo fora muito do que construí
Se der ouvidos ao impulso,
Destruo minha consciência, fina essência
Extrativada da minha razão.

Então o quê devo fazer?
Atendo meu instinto “tesão”,
Ou escuto a voz da razão, que me aconselha a te evitar.
“Tesão” deriva de sentimento, que combina com minha poesia,
Mas te procurar?
Só num outro dia onde essa dicotomia me empurrar no precipício,
No vício que é conviver com você.

Geógrafo da Alma.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Simetria

Linha,
Do novelo, do teu corpo?
O trajeto do ônibus?
Ou aquilo que perdi
Quando você me deixou.

Curvas,
As da estrada de Santos?
As da rota romântica para Gramado?
Ou as do teu maravilhoso corpo
Ao qual não toco mais.

Como se vê,
Simetria e nostalgia,
Infiltram-se em meus versos
E no que sobrou de você.

Geógrafo da Alma.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

O que não foi

O que não foi

Foram tantas as frases não ditas,
Submersas em uma profunda timidez,
Insegurança ou sei lá.

Foram tantas as canções imaginárias
Em que eu te tirava para dançar embalado pelas nuvens,
Tirava-te para dançar em frente ao espelho
Da minha falta de iniciativa,
Ah! Deixa pra lá

Não faz sentido lembrar,
Do que deixou de ser,
E apenas encontrou guarida, nas minhas reminiscências.


Geógrafo da Alma

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Buscando um tema

Buscando um tema

Para que pensar em um tema
Se me basta escrever
O próprio relize
De nossas vidas

Para que criar um roteiro
Uma estória
Narrativa
Ou apoiar-me na ficção

Ao invés de gastar momentos
Criando, poetizando
Posso simplesmente
Falar e escrever sobre nós

Nossos sonhos
Metas
As de comum acordo
E as individuais

Quem sabe digitando
Nosso relize
Eu não acabe descobrindo
Porque foi que eu te perdi.

Geógrafo da Alma.

Essa Noite

Essa noite

Essa noite eu gostaria
De ter a cama vazia
E não com a presença nefasta
Da tua saudade por companhia

Essa noite eu gostaria
De jantar à luz de velas
Tomar um vinho seco
E depois suavizar-me em teus beijos

Essa noite eu gostaria
De ver-te como platéia
E ter-te como musa
Em plena interatividade

Essa noite eu gostaria
De ouvir música mais alegre
E até dançar contigo
Sendo o motivo dos teus sonhos,
Teu homem
E não apenas um amigo.

Geógrafo da Alma.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Instantes

Instantes

Instantes parecem eternos
Em determinados momentos
Eternos parecem os sentimentos
Que guardo em meus pensamentos

Instantes circulam a casa
Os jardins e até os velhos cafés
Rodeados de nostalgia
Instantes prendem minha mente
De uma forma diferente
Porém com muita magia

Instantes roubam à atenção da leitura
Interrompem a audição da música
Fazem-me voltar no tempo
Em que nem por um instante
Eu esquecia de você.

Geógrafo da Alma

O Tempo

O tempo

O tempo voa, mas não naquela concepção
Conhecida, sentida ou mesmo abstrata
Que insiste em mapear nossos pensamentos
Aliás, como mapeá-los, sem interferir na essência.

O tempo discorre ou simplesmente escorre
Com suavidade em nossas mãos
Mãos pequenas, quentes até certo ponto ardentes
Por fagulhas de paixão.

Tua presença urge em minha vida
De forma às vezes descontrolada
Feito um pré-adolescente
Com a primeira namorada.

O tempo volta como os pássaros
No final de uma jornada migratória
Temporária, ilusória
É assim a nossa história.

O tempo suaviza, desamarra
Ou simplesmente ampara
Nossos medos e sonhos ao som de
“Wherever you will go”.

Geógrafo da Alma.

Trecho da Música "Tempos de Infância"

Essa é uma das estrofes da canção "Tempos de Infância", composta por mim (letra & música) e gravada pelo Grupo regionalista "Querência Xucra" de Gravataí pelo selo da Raízes Discos. Essa música compus para os meus pais e para os meus tios Laid e Carlinhos. Ai vai a estrófe:

O tempo vem a galope
Nos trazendo a sensação
Que os doces tempos de infância
Se foram e não voltarão
Mas eu guardo com carinho
Na memória de piá
Um mundo mais divertido
Repleto de amor pra dar

obs: para quem é gaúcho ou dança a nossa música gaúcha o estilo é um chamamé bem bailável.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Mulheres

Mulheres

Maria , Paula, Andressa , Vanessa
Cíntia , Carla, Flávia, Adriana
Milene , Martha, Núbia, Joana
Algumas serão para sempre
Outras apenas fins de semana
Mesmo assim reminiscências

Anaides, Nair, Odete, Pámela, Mônica
Micheline, Simone, Valéria, Elisa
Claudia, Jaqueline, Andreia, Patrícia
Corina, Nice, Eneide, Fernanda
Tatiana, Tatiane, Cristina, Dione
Algumas terão meu amor de filho
Outras meu amor de irmão, outras de amigo
E outras meu amor incondicional

Melissa , Claudete, Enilda, Ruthe
Letícia, Daniela, Karina, Zenir
Franciele, Michele, Eliane, Rosane
Elisângela , Rejane, Bethe ,Thalita
Enfim a todas as mulheres de nossa humanidade
O meu muito obrigado pelo simples fato
DE VOCÊS EXISTIREM.

Geógrafo da Alma
Qual é o seu grupo?

Em um departamento qualquer do universo, o encarregado pelo setor, precisa que executem uma tarefa próxima ao fim do expediente, cansado de procurar por um colaborador que se disponha, ele encontra a Angústia tomando um café próxima à máquina de xérox. Ele saúda a Angustia e lhe pede:
Angustia você pode me digitar uns documentos importantes para que eu possa despachar ainda hoje?
Ela lhe disse:
Não posso, pois já estou de saída, tenho que acompanhar o grande número de gaúchos que não conseguem quitar suas contas, quanto mais comprarem algum ovo de chocolate para os seus filhos nesta páscoa, mas peça para a irresponsabilidade acho que ela está desocupada.
Nisso vem a Irresponsabilidade, que acabou de ou vir o diálogo e diz: Eu também não posso, pois tenho que acompanhar os milhares de gaúchos que estão tomando a estrada nesse feriadão. Sabe como é sempre tem algum que me escuta e vai beber demais e dirigir ou tentar ir de Alvorada a Torres em 01h e 30 min, peça para a indiferença talvez ela te ajude.
Eu já procurei a indiferença, respondeu o encarregado e ela me disse que seu horário já havia terminado e que meus documentos não eram problemas seu, além do que ela estava acompanhando um determinado grupo de parlamentares que legislam em causa própria espalhados pelo mundo inteiro.
Cansado o encarregado retirou-se do setor e foi dar uma volta pelas dependências da empresa, quando pelos corredores encontrou uma colaboradora que ele não via há algum tempo. Então ele a saudou e disse:
Como vai felicidade! Por onde você andava?
Ela respondeu: Eu estava trabalhando com um grupo de amigos em um projeto especial.
O encarregado perguntou: Que amigos e de que projeto ela se referia.
Ela respondeu: Eu estava trabalhando com a companheira harmonia, com o amigo bom senso, com a irmã tolerância, com o carinho, a amizade, com a solidariedade, com o respeito, tudo sob a orientação da amiga caridade que nos trouxe um recado do próprio Presidente, que era o seguinte: Eu pretendo levar o amor a todos os homens, os que acreditam e os que não acreditam, vou precisar de vocês para que os esperançosos não percam a fé e acreditem um dia todos os obstáculos serão superados e somente assim poderão continuar suas tarefas em prol de um amanhã mais justo.
E você pretende dar ouvidos aos trabalhadores do primeiro grupo ou aos amigos que trabalham em um projeto especial?

Crônica de minha autoria, publicada no jornal "A Folha" de Alvorada, na coluna "Frente a frente com a palavra".

Paredes

Paredes

Nas paredes de meu quarto
Existem fórmulas matemáticas
Expediente que utilizo
Preparando-me para concursos

Nestas mesmas paredes
Contrastando a tinta branca
Um calendário marrom
Informando-me sobre datas

Teias de aranha
Pois por mais que se higienize
Elas sempre proliferam
Resistem

E nestas mesmas paredes
Ficaram suores empregnados
De corpos que não mais se amam
Pois você não está aqui.

Geógrafo da Alma